TOMB RAIDER: A ORIGEM – Crítica do Filme – Nerd Rabugento

BEM VINDOS a mais um episódio do Nerd Rabugento, eu sou Rodolfo Castrezana e este vídeo é para falar sobre Tomb Raider, a mais nova tentativa de Hollywood de levar um game para a grande tela Será que Tomb Raider: A Origem conseguiu escapar da maldição dos filmes baseados em vídeo games? Lara Croft é uma garota independente que sobrevive como entregadora pelas ruas de Londres, depois de rejeitar a fortuna do pai, desaparecido há sete anos

Depois de um aperto financeiro ela decide assumir a fortuna do pai, mas antes precisa descobrir a verdade sobre o desaparecimento dele, quando ele partiu em busca do lendário túmulo de uma princesa japonesa em uma ilha traiçoeira que fica em algum lugar do mar do Japão Será que Lara Croft sobreviverá a essa perigosa aventura? Alicia Vikander incorpora muito bem a nova Lara Croft, do game de 2013, e apesar de ter umas cenas bem piegas, parece se divertir na maior parte do tempo Walton Goggins entrega um vilão bom, o público vai sentir uma raivinha dele Algumas cenas parecem ter sido tiradas diretamente do jogo, quadro a quadro, como a cena do avião ou quando ela corre pela mata A introdução sobre como é a vida da jovem Lara Croft, seus perrengues, para que o público conheça e talvez sinta empatia pela personagem, é completamente desnecessária

Parece que foi a maneira que os roteiristas encontraram para encher linguiça, pois talvez apenas as cenas de ação não rendessem tempo suficiente para o filme Se pararmos para pensar que Tomb Raider foi criado pra ser uma espécie de Indiana Jones é fácil lembrar que Indiana Jones não precisou explicar para o público quem era o personagem logo de cara O Indy tá numa floresta cercado de índios em busca de um objeto valioso e escapando de armadilhas E depois, mais pra frente, é que o enredo nos explica quem é Henry Jones Jr E o game de 2013 trabalha exatamente com essa premissa

Começa com a Lara Croft toda ferrada, escapando de armadilhas e problemas, e foi assim que o jogo me ganhou Perder um tempão introduzindo motivações foi algo que eu senti completamente desnecessário e que não me ajudou a me interessar ainda mais pela história Todo mundo sabe quem é Lara Croft A gente sabe que a personagem dela é uma milionária aventureira, e o que queremos é ver correria na selva, queremos ver ela se mostrar uma heroína humana em uma aventura de tirar o fôlego No filme, se a gente parar pra pensar, a motivação dela é idiota e não faz sentido

Seu orgulho de recusar receber a fortuna do pai, e aí ela sofre para dar um jeito de partir em busca dele Não seria muito mais fácil se ela aceitasse a fortuna, pegasse a grana e depois fosse atrás dele? Eu eliminaria completamente essa primeira parte e começaria o filme tal qual o game, direto na ilha, não perderia tempo tratando o público como idiota, e no máximo colocaria alguns flashbacks no enredo pra situar a audiência O enredo não é a pior coisa do mundo, e novamente bebe na água dos filmes do Indiana Jones, com direito a detalhes na trama idênticos a A Última Cruzada Em A Última Cruzada o Indy leva o caderno de anotações do pai para as mãos dos nazistas, assim como Lara Croft leva o caderno de anotações do pai para as mãos do vilão Eu nem deveria comparar Tomb Raider com Indiana Jones, é preciso comer muito, mas muito feijão pra essa comparação vale a pena Outra coisa que pode ter atrapalhado a minha experiência é que eu revi os quatro Indiana Jones há muito pouco tempo, tá tudo muito quente na minha mente, e Indiana Jones, até quando é ruim é bom Voltando para o enredo, depois que Lara Croft chega à ilha tudo parece entrar em um ritmo de urgência para chegar logo aos finalmentes As coisas passam a acontecer aceleradas, um acontecimento depois do outro e essa velocidade não permite que o espectador aproveite a sensação de aventura e ação que o filme deveria passar

Fiquei com a sensação de que algumas cenas foram cortadas para tentar dar mais agilidade para a trama só que isso atrapalhou mais que ajudou A Lara Croft original foi criada em 1996 e era uma aventureira conhecida pelos seus grandes atributos físicos, e seu apelo sexual era a arma dos produtores do game para atrair a molecada Tanto que quem deu vida a primeira versão da Lara Croft no cinema em 2001 foi ninguém menos que Anjelina Jolie, a maior sex symbol do cinema na época Em 2013 a Square Enix, dona do game, fez uma mudança radical na personagem e lançou um reboot do game com uma Lara Croft mais jovem e praticamente sem apelo sexual, dando maior importância a jogabilidade e visual do game Foi um dos games mais divertidos que eu já completei, sem dúvida

E a história do filme é tecnicamente a mesma do game, só que infinitamente comprimida – até porque seria virtualmente impossível transcrever o game para o cinema, o jogo exige cerca de 15 horas ininterruptas para ser completado Poderiam tê-la aproveitado melhor, sem dúvida, e o roteiro acelerado não dá ao espectador tudo o que ele espera de um filme da Lara Croft A direção, do norueguês Roar Uthaug – conhecido pelo sensacional A Onda, é meio deficiente, pasteurizada como a da maioria dos diretores europeus que são convidados para fazer filmes americanos e terminam limitados pelos produtores Tomb Raider não passa em nenhum momento a sensação de ser um filme de autor, não dá pra reconhecer a assinatura de Uthaug em nenhum momento A fotografia é boa, apesar de alguns cenários não muito realistas, e a direção de arte em vários momentos conseguiu me fazer me lembrar do jogo, mas esses momentos são menos do que um fã do game poderia esperar

Talvez a minha maior decepção com Tomb Raider: A Origem seja essa Os atores estão bem, Walton Goggins entrega um bom vilão, Dominic West funciona como o pai de Lara, apesar das motivações e Alicia Vikander, deixadas as motivações de lado, personifica com precisão a Lara Croft do game de 2013 Dito isso tudo, vale a pena assistir? Bem, Tomb Raider: A Origem é um filme meio bleh, que não vai estar entre os melhores de 2018, que não vai ser um sucesso de bilheteria e provavelmente vai se pagar, já que custou 94 milhões, um orçamento relativamente modesto, e vai ganhar uma continuação, já anunciada no final do filme Minha sugestão é que você guarde o seu rico dinheirinho para as outras estréias que vem por aí, e espere Tomb Raider chegar a um streaming para assistir Mas, se ainda assim você decidir ir ao cinema, já aviso que o 3D é completamente desnecessário

A dica óbvia que eu vou dar agora é que você veja quaisquer dos filmes do Indiana Jones, eu não preciso nem comentar sobre eles, são clássicos extremamente divertidos – o meu preferido é o segundo: Indiana Jones e o Templo da Perdição – e eles estão todos disponíveis na Netflix Só procurar e rever Aliás, eu espero que seja rever, mesmo, pois se algum de vocês ainda não viu não tem idéia do que está perdendo O Nerd Rabugento não dá dica ruim O que você espera de um filme de ação e aventura? Deixe a sua resposta nos comentários e se inscreva para assistir a mais vídeos do Nerd Rabugento

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