O PARADOXO CLOVERFIELD – Análise do Filme Netflix

BEM VINDOS a mais um episódio do Nerd Rabugento, eu sou Rodolfo Castrezana e o episódio de hoje é sobre The Cloverfield Paradox, um filme de ficção científica da Netflix que amplia ainda mais o universo Cloverfield, aquele do monstro, de 2008 Já que vou falar sobre ficção científica, eu vou pedir para vocês darem uma olhada no crowdfunding que a Nova Frota criou, para trazer atores de Star Trek para o Brasil

Eu sou trekker, já deixei isso claro no vídeo sobre Star Trek: Discovery, e fui a dezenas de convenções de Star Trek nos anos 90, mas elas acabaram e deixaram um grande número de órfãos Agora surge a Nova Frota, e a idéia é já começar trazendo atores das séries para o Brasil, para novas convenções E para isso eles criaram uma campanha chamada Um Pedaço da Ação, no Kickante Contribuindo ou não, vale lembrar que uma das coisas que alimentou minha paixão por Star Trek foram essas convenções, que estão voltando O link está na descrição do vídeo

Dá uma olhada, e contribua E vamos para The Cloverfield Paradox: Em uma estação espacial, na órbita do planeta Terra, um grupo de cientistas testa um moderno acelerador de partículas que, se funcionar, vai prover energia abundante e renovável para um mundo que passa pela ameaça de uma iminente guerra por conta de uma terrível crise energética internacional Hamilton é uma das cientistas que, por conta de um drama pessoal, se pergunta quando voltará para a Terra para rever seu marido Depois de mais de 400 dias no espaço finalmente o acelerador funciona, mas depois de uma falha eles descobrem que o planeta Terra simplesmente desapareceu E coisas estranhas começam a acontecer, como por exemplo encontrar uma mulher dentro de uma das paredes, misturada com a fiação da estação

Onde foi parar o Planeta Terra? Quem é essa mulher? O que realmente está acontecendo? Não perde tempo com lenga-lenga: começa já deixando claro qual é o objetivo da missão, os problemas que já teve, não enrola tentando criar uma tensão desnecessária O primeiro ato até é interessante Quando a Terra desapareceu eu fiquei intrigado e curioso para saber o que havia acontecido Eles destruíram a Terra? Foram jogados para outro lado do universo? O mistério chamou a minha atenção O visual é limpo e escapa, bem de leve, dos clichés de filmes espaciais, aqui os corredores não são escuros

O diretor de fotografia é Dan Mindel, de Star Wars: O Despertar da Força Todo o resto Imediatamente depois que a Terra desaparece os problemas do roteiro pulam na cara do espectador O mistério central até consegue se segurar, mas o desenvolver do enredo não oferece um caminho claro de como descobrir as respostas para resolver-lo As pistas são jogadas para o público sem que sejam realmente relevantes

As minhocas desapareceram? E daí? O Giroscópio sumiu? E daí? Um braço que surge e que escreve uma mensagem? Um braço rastejante aparece dentro da estação e tanto faz, ninguém se choca com o fato, nem mesmo o dono do braço Personagens morrem? Ok, mas um deles é a namorada de um cara e imediatamente a vida segue Ninguém sofre Todas as informações jogadas parecem desconectadas, nenhuma parece fazer parte da solução do problema Elas estão lá só pra encher linguiça no roteiro

O segundo ato é tão perdido que é nesse ponto que o espectador perde o interesse O arco do personagem no Planeta Terra é completamente desnecessário e sem graça O mundo está acabando, ele fica rodando de carro pra lugar nenhum, encontra uma criança, nada acontece, feijoada É um arco que não acrescenta nada para a história E o terceiro ato parece um filme preguiçoso e genérico de ficção científica onde personagens ficam correndo pra lá e pra cá em corredores intermináveis de uma estação espacial

Aliás, tem filme no espaço que não seja com gente correndo por corredores? A ligação com o universo Cloverfield é jogada de qualquer maneira Não me fez sentir que eu estava naquele universo em nenhum momento A única referência visual real de Cloverfield aparece na cena final, tarde demais para a gente se importar com ela Então Mais interessante que o próprio filme é o lance por trás do lançamento de The Cloverfield Paradox

Produzido quase que em segredo, pouco se falava ou se divulgava sobre ele, sabia-se apenas que a produção era de JJ Abrams e que fazia parte do universo Cloverfield O roteiro, originalmente chamado de A Partícula de Deus, de Oren Uziel, e foi adaptado para se encaixar nesse universo, assim como fizeram com Rua Cloverfield 10 Era um filme para estrear nos cinemas em fevereiro, aí empurraram para abril, e surpreendentemente o filme foi parar nas mãos da Netflix, que fez o lançamento exclusivo no streaming A primeira chamada para o filme foi feita em um anúncio no último Superbowl, que dizia que estaria disponível assim que o jogo acabasse Curiosidade: A inserção comercial no Superbowl custou 4 milhões de dólares, um sexto do orçamento total do filme

The Cloverfield Paradox até tenta ser um filme divertido É humilde, pra não dizer pobre, com efeitos especiais baratos e funcionais e alguns momentos interessantes É uma ficção científica menor que pode agradar quem quer apenas desligar o cérebro por duas horas O primeiro ato introduz bem a história, mas o segundo ato se perde e carrega a atenção do espectador para longe Se a pessoa estiver com um celular nas mãos, já era

O terceiro e último ato é aquela bobagenzinha básica de criar uma tensão para descobrirmos se os personagens irão sobreviver, oh, o perigo! Vocês sabem que em filme espacial só existem duas opções: ou existe um monstro, ou existe um traidor entre a tripulação Podem perceber, nunca falha Pra comparar, teve uma ficção científica chamada Vida estava nos cinemas no ano passado e ninguém mais se lembra, mesmo não sendo bom é melhor e com muito mais estilo, e tem uma ameaça muito mais plausível Se for fazer um terror espacial cheio de clichés, que pelo menos façam direito O Paradoxo Cloverfield é o segundo filme do diretor nigeriano Julius Onah, que parece não ter desenvolvido ainda uma identidade própria

Mas o problema não é a direção, é o enredo, que não tem força e não exige muito dos atores, que atuam como se não precisassem se preocupar muito Tirando a Hamilton, interpretada por Gugu Mbatha-Raw, a Kelly do episódio San Junipero, de Black Mirror, que precisa dar uma profundidade maior para a sua personagem por causa de dramas pessoais, os outros personagens são genéricos, você já viu todos em outros filmes que se passam no espaço Tem o capitão, o médico, a engenheira, e assim por diante Ah, curiosidade, o médico é brasileiro e religioso O alívio cômico deveria vir de Mundy, um engenheiro interpretado por Chris O'Dowd, mas ele funciona muito pouco nesse sentido

E tem a misteriosa mulher que aparece na estação, intrerpretada pela bela Elizabeth Debicki – que de cabelo curto parece uma versão bonita da Brienne de Tarth O mistério gira em torno dela e pronto A falta de personalidade dos personagens é nítida, mas curiosamente eu não torci para que nenhum deles morresse Mas também não senti pena quando começaram a morrer No final das contas o filme parece um episódio ruim de Black Mirror

"Episódio ruim de Black Mirror" tá virando pleonasmo, né? O mistério é menos interessante do que parece ser, o enredo desconectado não consegue segurar o interesse do público O que eu consigo tirar de positivo é que a Netflix parece ter se tornado um terreno fértil para filmes e séries de Ficção Científica Star Trek: Discovery, Altered Carbon e agora The Cloverfield Paradox Quem sabe daqui a uns anos eles criam algum clássico? Eu sou fã de Cloverfield: Monstro Tem até um vídeo aqui no canal que conta minha relação com esse filme

Mas essa mania que o JJ Abrams está de pegar um roteiro genérico e colocar Cloverfield no título pra vender não tá funcionando Rua Cloverfield 10 foi um bom filme, dinâmico, interessante, mas também não se encaixava no universo em Cloverfield Se continuar nessa pegada de adaptar um roteiro só pra aumentar esse universo provavelmente no futuro teremos um filme indicado ao Oscar, daqueles dramas profundos, sobre a adversidade e superação de uma criança que tenta sobreviver durante a Segunda Guerra Mundial contra nazistas e monstros Cloverfield Filme de terror no espaço precisa ter corredores mal iluminados? Deixe a sua resposta nos comentários e se inscreva para assistir a mais vídeos do Nerd Rabugento Nessa pegada de um grupo de cientistas que precisam ir ao espaço para salvar o mundo a minha dica de hoje é Sunshine: Alerta Solar

Imaginem que daqui a 50 anos o sol começará a perder a força, e sem o sol o planeta Terra definharia e nosso fim estaria iminente Uma equipe de oito astronautas precisa alcançar a estrela em um plano desesperado que consiste em usar um dispositivo nuclear para reativar-la, para assim evitar o fim da humanidade Esse é o enredo básico de Sunshine, um suspense psicológico de ficção científica dirigido pelo aclamado diretor inglês Danny Boyle, de Quem Quer Ser um Milionário e 127 Horas e escrito por Alex Garland, de Dredd, Extermínio e Ex Machina É uma daqueles filmes que não me empolgou na primeira vez que vi mas que na segunda vez se mostrou interessante Não escapa dos Clichés de filmes espaciais, mas tem bons atores e uma boa direção e uma fotografia incrível

Subestimado, Sunshine é um filme que não conquistou muito destaque e nem o bom elenco chamou a atenção das pessoas Dê uma chance Sunshine: Alerta Solar parece mais do mesmo, mas é um bom filme O Nerd Rabugento não dá dica ruim E se você curte o trabalho do Nerd Rabugento pense que pode ser bem legal você apoiar esse trabalho no Apoia

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